A relação sexual continua sendo o principal meio de transmissão do vírus HIV. E no Dia Mundial de Luta Contra a Aids, celebrado em 1º de dezembro, a Coordenação do Programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids da Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com os municípios, pastorais e movimentos sociais, preparou uma extensa programação com ações de conscientização.
Entre os anos de 1985 e 2015 foram registrados, no Espírito Santo, 12.022 casos de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Desse total, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), 7.777 são homens (64,7%) e 4.245 são mulheres (35,3%), e na maioria dos casos (65,6%) a transmissão do vírus ocorreu por relação sexual sem proteção.
Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids, Sandra Fagundes, em 2015, a maioria de casos novos de HIV/Aids ocorreu entre homens, com 871 casos, principalmente na faixa etária de 20 a 29 anos. Ela compara que, em 2013, o número de casos novos entre homens nessa faixa etária foi de 126. Já em 2015, foram 348 casos novos, ou seja, um aumento de mais de 170%. “Observamos ainda que o principal meio de transmissão continua sendo por meio de sexo sem o uso do preservativo”, ressalta a coordenadora. No total, foram registrados 1.183 casos novos de HIV/Aids em 2015, contra 1.036 casos novos em 2014.
A taxa de detecção por HIV no Estado, em 2014, foi de 32,5 casos por 100 mil habitantes. Já em 2015, a taxa de detecção foi de 30,5 casos para cada 100 mil habitantes. Entre as regiões de Saúde do Estado, o maior aumento na taxa de detecção foi na Região Metropolitana, com 40,7, e Norte, com 22,2. Na Região Central, foram 19,9 e na Sul de 10,6 indivíduos com HIV/Aids por 100 mil habitantes. Já a taxa de mortalidade por Aids no Estado ficou em 5,6 óbitos por 100 mil habitantes. Segundo a coordenadora, o dado é semelhante à taxa observada no país, de 5,7, porém, com uma redução de 9% em relação ao ano de 2013.
Tratamento
O número de pessoas vivendo com HIV/Aids que recebem medicamentos antirretrovirais no Espírito Santo teve um aumento de 50% nos últimos quatro anos, segundo a coordenadora do Programa Estadual de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids da Sesa.
Em 2013, 4.019 pessoas com HIV/Aids recebiam medicamentos antirretrovirais no Estado. Enquanto até junho deste ano, foram 6.062 pessoas atendidas nos Serviços de Atendimentos Especializados em DST/Aids e recebendo medicamentos antirretrovirais no Estado.
Diagnóstico
Os sintomas da infecção pelo HIV podem surgir já no primeiro ano após o contágio, dependendo da imunidade da pessoa, mas pode também demorar até dez anos para se manifestarem. Por isso, segundo Sandra Fagundes, é muito importante fazer o teste de HIV, disponível em todas as unidades de saúde municipais e nos Serviços de Referência e Assistência Especializada em Aids e Hepatites Virais (SAEs) da Secretaria de Estado da Saúde.
Ela orienta que todas as pessoas devem fazer o exame, e principalmente quem tem comportamento de risco, como fazer sexo sem o uso do preservativo, compartilhar seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis, e reutilizar objetos perfurocortantes com presença de sangue ou fluidos que possam estar contaminados.
“Qualquer pessoa que acha que possa estar infectada e que deseje fazer o teste deve buscar um serviço de saúde. É gratuito. Se o exame der positivo, a indicação é o tratamento antirretroviral. É importante tratar precocemente para a pessoa não adoecer”, detalha a médica.
No entanto, a coordenadora reforça que a Aids é uma doença crônica grave e ressalta que evitar comportamentos de risco, como fazer sexo sem o uso de preservativo, ainda é a melhor forma de prevenir a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana. “Quem contrai o vírus HIV precisa tomar medicamentos pelo resto da vida, além de estar sujeito aos efeitos colaterais dos remédios, como manchas avermelhadas na pele, diarreia, insônia, por exemplo. Além disso, o tratamento exige comprometimento do paciente, pois não pode ser interrompido, deve possuir acompanhamento médico e um estilo de vida saudável”, explica.
Confira a programação:
01/12 – Hoje:
:: 09h às 16h: Testagem e panfletagem sobre DST/Aids, Calçadão de Colatina, no Centro de Colatina.
:: 10h às 16h: Café da manhã, panfletagem e orientação, no Centro de Referência em DST/Aids e hepatites virais, em Vila Velha.
:: 12h: Celebração da Santa Missa, na Catedral Metropolitana de Vitória.
:: 13h às 17h: Testagem e panfletagem, no Terminal de Carapina, em Serra.
:: 14h às 16h: Chá da tarde com Sociedade Civil e Grupo de Adesão em DST/Aids, no Centro de Referência em DST/Aids de Vitória, próximo ao Parque Moscoso.
:: 16h às 21h: Intervenção com teste, no Shopping Moxuara, em Cariacica.
02/12 – Sexta-feira:
:: 08h às 11h: Ação educativa da Sesa sobre DST/Aids, no Terminal de Laranjeiras, em Serra.
:: 10h às 22h: Intervenção educativa com oferta de teste para HIV, no Shopping Mestre Álvaro, na Serra.
:: 14h: Testagem por fluído oral e panfletagem, na escadaria do Palácio Anchieta, no Centro, em Vitória.
:: 17h às 21h: Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Itinerante, com panfletagem e ação educativa da Sesa sobre DST/Aids, na Pracinha de Jardim da Penha, em Vitória.
03/12 – Sábado:
:: 08h às 11h: Ação educativa da Sesa sobre DST/Aids, no calçadão da Praia da Costa, em Vila Velha.
07/12 – Quarta-feira:
:: 14h às 16h: Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Itinerante, com testagem e panfletagem sobre DST/Aids, na sede da Sesa Enseada do Suá, em Vitória.
08/12 - Quinta-feira:
:: 09h às 11h: Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) Itinerante, com panfletagem sobre DST/Aids, na Sesa em Bento Ferreira, Vitória.
:: 11 a 13/12: Participação da Coordenação de DST/Aids da Sesa no 2º Encontro Estadual de Travestis e Transexuais do Espírito Santo, Hotel Praia Sol, em Nova Almeida, Serra.
FOTO: Divulgação / Sesa
(Os textos publicados são produzidos pela Rede de Comunicação do Governo do Espírito Santo)