O professor Wemerson da Silva Nogueira é capixaba e o único brasileiro que está entre os dez finalistas do Prêmio Global Teacher Prize, considerado o Prêmio Nobel da Educação. Na manhã de ontem, ele foi recebido pelo governador Paulo Hartung, no Palácio Anchieta, e na oportunidade, o professor entregou ao governador um convite para participar da premiação que será realizada em Dubai, no dia 19 de março.
O Prêmio Global Teacher Prize vai premiar o educador que tenha alcançado excelentes resultados com projetos desenvolvidos em sala de aula e que resultaram na melhoria das notas ou frequência dos alunos na escola, com ações em prol da comunidade, projetos voltados à tecnologia, entre outros atributos.
Wemerson é professor Ciências e Química, e atuou na Escola Estadual Antônio dos Santos Neves, localizada em Boa Esperança, onde desenvolveu o projeto “Filtrando as lágrimas do Rio Doce”, que fala sobre a contaminação do Rio Doce com o rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais.
Para o professor Wemerson foi uma grata surpresa a sua indicação. “Fiquei muito feliz com a notícia. Me sinto orgulhoso da profissão que escolhi e na qual estou colhendo bons frutos. Cada premiação que conquistei é muito importante para minha caminhada. Nunca imaginei que aos 26 anos e com cinco anos de atuação já pudesse conquistar tantos prêmios. É muito gratificante”.
Segundo a organização da premiação, Wemerson foi escolhido entre milhares de candidatos de 179 países. Além do brasileiro, concorrem também professores da Inglaterra, Paquistão, Espanha, Alemanha, Jamaica, Canadá, Austrália, China e Quênia. Essa é a terceira edição do prêmio e a segunda vez que um brasileiro fica entre os finalistas.
Global Teacher Prize
A premiação Global Teacher Prize é uma das maiores do planeta e destaca a importância da profissão de educador e simboliza o fato de que professores em todo o mundo merecem ser reconhecidos e celebrados.
Os dez finalistas vão participar do Global Education and Skills Forum 2017, em Dubai, no dia 19 de março, onde será anunciado o professor vitorioso. O vencedor da iniciativa ganhará um prêmio no valor de US$ 1 milhão concedido a um professor excepcional que tenha feito uma contribuição extraordinária para a profissão.
O Global Teacher Prize — o ‘Prêmio Nobel’ da educação — é patrocinado pela Sua Alteza o Xeique Mohammed bin Rashid Al Maktoum, vice-presidente e primeiro ministro dos Emirados Árabes Unidos e governador de Dubai.
Wemerson da Silva Nogueira
Wemerson estudou ciências biológicas e tornou-se professor pouco depois. Sua primeira escola foi localizada em um subúrbio com uma taxa de criminalidade muito alta que envolveu os pais dos alunos, e em muitas ocasiões os próprios alunos, no tráfico de drogas e violência. Wemerson notou que muitos estavam desmotivados, a taxa de abandono escolar estava em 50% e os estudantes não estavam interessados em aprender. Ele convidou os professores e os gestores para melhorar a visão da escola, junto com a comunidade local, com a qual eles trabalharam em um projeto social intitulado: "Jovens Cientistas: Projetando um Futuro Novo". Este projeto trabalhou na melhoria do comportamento dos alunos dentro da escola, mostrando que a escola é o melhor lugar para se tornar bons cidadãos.
A fim de criar um método dinâmico para o ensino de aulas de ciências, ele também decidiu adicionar canções de paródia ao conteúdo do currículo, a fim de tornar as aulas mais dinâmicas. Por meio de todas estas atividades, a escola conseguiu resgatar 90% dos estudantes do mundo das drogas e da criminalidade, em um período de quatro anos. Hoje, o local é considerado a melhor escola da cidade e contribuiu para a redução do tráfico e da violência de drogas em 70% em uma comunidade que antes era marginalizada e temida por todos os moradores.
Em 2014, o trabalho de Wemerson foi reconhecido com o prêmio Sedu Boas Práticas pela inovação em sala de aula. Além disso, os projetos ambientais do Wemerson lhe renderam o Prêmio Educador Nota 10, que é entregue aos 10 melhores professores do Brasil. Com os fundos do prêmio que ele iria ajudar os alunos que são financeiramente prejudicados, treinar professores, continuar seus próprios estudos e construir um laboratório de ciência e tecnologia em sua cidade natal.
FOTO: Leonardo Duarte / Secom-ES
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