Uma parceria entre a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), o Hospital São José, em Colatina, e cabeleireiros voluntários garante o bem-estar e maior auto estima de pacientes com câncer. Internas do Centro Prisional Feminino de Colatina produzem perucas, lenços, turbantes, travesseiros de contenção e próteses mamárias, confeccionadas em malha de algodão e polietileno, doadas pelo projeto “Mãos Solidárias”.
Atualmente, oito internas participam do projeto e produzem, mensalmente, cerca de 20 perucas, 20 lenços toucas, 20 próteses e 40 protetores de traqueostomia. As participantes, que são voluntárias, recebem o benefício da remição da pena com a redução de um dia da pena a cada três dias de trabalho.
Para a diretora da unidade prisional, Maria Aparecida de Freitas de Albuquerque, o “Mãos Solidárias” é essencialmente reintegrador e humano, principalmente por poder proporcionar mais autoestima a pacientes com câncer.
“As internas que participam do projeto não estão nele só pela remição de pena, elas, de fato, abraçam a causa. Compreendem que estão contribuindo com mulheres que passam por momentos tão difíceis no decorrer do tratamento. O projeto é mantido por meio da parceria com o Hospital São José, e também, com a captação de doações. Receber uma doação tão significativa como essa nos enche de alegria e esperança, e demonstra o reconhecimento ao trabalho desenvolvido pelas internas neste projeto”, ressalta Aparecida.
O projeto recebeu, neste mês, cerca de 85 mechas de cabelos para a confecção de novas perucas, doação de jovens que participaram do 46º Congresso Nacional da Juventude Evangélica Luterana do Brasil (JELB), realizado em 28 de janeiro, em Aracruz.
Mãos que produzem felicidade
Juciele Gomes de Oliveira cumpre pena na unidade desde 2011 e há três anos participa do projeto. Para ela, a atividade é uma oportunidade de contribuir com o bem-estar de quem precisa.
"O Projeto Mãos Solidárias tem um significado muito especial para mim, pois sei que estou levando felicidade para pessoas que estão passando por momentos tão difíceis. Eu estou confinada a barras de concreto e sei que um dia vou voltar para minha família. As pessoas que recebem as perucas, lenços e próteses confeccionadas por nós estão confinadas à doença e ainda com a dor de não saber se poderão retornar para casa”, diz Juciele.
A interna falou da oportunidade de conhecer algumas das pacientes que receberam as doações. “Ao doar os materiais para eles pude sentir que, independentemente de remição ou qualquer outro benefício, o importante é saber que estou levando felicidade para alguém. Um dia eu fiz alguém chorar, mas hoje, com o Projeto, posso fazer muitas pessoas sorrirem", completa.
Desde 2017, dentre as doações feitas no Hospital São José e a outras pessoas acometidas pela doença, já foram doados, aproximadamente: 300 perucas, 300 lenços e toucas, 400 próteses e 400 protetores de traqueostomia.
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