Em entrevista coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (08), o governador licenciado, Paulo Hartung, afirmou que a greve realizada pela Polícia Militar (PM-ES) é ilegal, inconstitucional e está tornando a população capixaba refém de um movimento da categoria. A coletiva foi realizada na Residência Oficial do Governo (Resof), na Praia da Costa, em Vila Velha, e contou com a presença do governador em exercício, Cesar Colnago, e do secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), André Garcia.
"É uma chantagem o que está acontecendo no Espírito Santo e se nós, capixabas e brasileiros, não enfrentarmos de frente, hoje isso acontece aqui no Estado e amanhã no restante do Brasil. Isso é chantagem aberta. É a mesma coisa que sequestrar a liberdade e os direitos dos cidadãos capixabas e cobrar resgate. Não podemos pagar resgate. Nem pelo aspecto ético e nem pela lei de responsabilidade fiscal", exclamou o governador licenciado, Paulo Hartung.
Durante a coletiva, Paulo Hartung explicou que o Estado está com o pagamento dos servidores em dia e próximo ao teto estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Ele ressaltou que a atitude de poucos militares está prejudicando o conjunto da força militar. "Peço que respeitem a instituição [que trabalham], o Estado do Espírito Santo é o cidadão capixaba que paga os impostos e mantém a máquina pública funcionando. Esse movimento é ilegal, inconstitucional, e pior, o método adotado por algumas lideranças é de dar vergonha porque elas fazem chantagem", lamentou o governador licenciado.
O Governador em exercício, César Colnago, também ressaltou a necessidade dos militares voltarem para as ruas. "Estamos pedindo a racionalidade e o bom senso dos nossos policiais para que voltem aos seus postos de trabalho e cumpram a lei. É preciso que tudo isso chegue ao fim. O Governo está aberto ao diálogo e aguarda o compromisso dos policias para que voltem ao trabalho”, salientou o governador em exercício, frisando que desde o início das manifestações o diálogo está aberto com o movimento.
Colnago completou que é importante ressaltar que estamos vivendo uma crise econômica no país, onde existem milhões de pessoas desempregadas, e nossa receita está em queda desde 2013. "Queremos e estamos dispostos a manter as conversas com o movimento e a apresentar quais caminhos podemos seguir diante de tal situação financeira tão grave. Mas é preciso retomar o policiamento”, afirmou.
O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, André Garcia, destacou que o governo continua aberto para o diálogo e pede o retorno da Polícia Militar para as ruas. Garcia agradeceu à Polícia Civil, à Polícia Rodoviária Federal, às Guardas Municipais e aos policiais militares que estão atuando para proteger os capixabas durante esta crise. "Estamos trabalhando para que tudo seja resolvido e para que todos tenham suas rotinas normalizadas", finalizou.
Reforço
Durante esse período, o Governo do Espírito Santo contou com o reforço das Forças Armadas, que desde segunda-feira (06) começaram a patrulhar nos municípios do Estado.
De imediato estamos contando com a ajuda das tropas da Força Nacional de Segurança Pública, dos homens do Exército e da Marinha, que já estão nas ruas, totalizando 1.200 homens, com previsão de mais oficiais militares chegando ao Estado nos próximos dias.
“Mais reforço está a caminho. Nós vamos tomar todas as providências previstas em lei para garantir a ordem e a paz para nossa população”, frisou Colnago.
Saúde do governador
Sobre o atual estado de saúde de Paulo Hartung, os médicos Claudio Borges, urologista, e Lauro Ferreira, infectologista, explicaram que o tumor na bexiga do governador licenciado foi identificado após Hartung sentir ardência ao urinar e, em seguida, sangramento. "O governador foi para São Paulo com suspeita, mas sem a confirmação do tumor na bexiga. A decisão de operar veio após o diagnóstico obtido em São Paulo", explicou o urologista.
"Recomendamos expressamente que o governador mantenha repouso", completou o infectologista.
Hartung aproveitou para explicar o procedimento. "Fui para São Paulo fazer um exame e acabei fazendo uma cirurgia. Foi feita uma raspagem na minha bexiga e, em 60 dias, tenho que retomar para fazer novo exame. O tumor na bexiga tem possibilidade de retorno e há necessidade de atuar de forma preventiva", finalizou.
FOTO: Fred Loureiro / Secom-ES
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