“O essencial é invisível aos olhos”, escreveu Antoine de Saint-Exupéry em sua obra “O Pequeno Príncipe”. Para aqueles que não podem enxergar fisicamente, os olhos do coração realmente são fundamentais. Foi assim que o professor Thomas Davison conseguiu demonstrar em apenas três meses como os alunos do Coral “Vozes que Inspiram” poderiam fazer sua primeira apresentação pública.

“Quando começamos, todos disseram que não tinham tido nenhuma experiência com música antes. Hoje, vendo a evolução deles, fico orgulhoso e isso demonstra a importância de projetos como esse. A gente conseguiu comprovar, na prática, o quanto eles são capazes”, ressaltou o professor Thomas Davison.

Na última sexta-feira (13), Dia Nacional dos Deficientes Visuais, o grupo fez sua primeira apresentação. O evento começou às 13h, com a abertura feita pelo coral, e foi exclusiva para membros do Unicep, familiares e servidores da Imprensa Oficial do Espírito Santo.

“Estamos vivendo a realização de um sonho da Imprensa Oficial do Espírito Santo. O Vozes que Inspiram nasceu no nosso Planejamento Estratégico 2024/2026, na área da Responsabilidade Social. Dessa forma, além de pensarmos nos números, na expansão da autarquia, também tivemos a sensibilidade de contribuir para o fortalecimento da inclusão e visibilidade das pessoas com deficiência visual”, comemorou a diretora-geral do DIO/ES, Sandra Shirley de Almeida.

O Coral “Vozes que Inspiram” é uma iniciativa da Imprensa Oficial do Espírito Santo (DIO/ES), em parceria com a União de Cegos Dom Pedro II, de Vila Velha, com o apoio da Fourtrust Consultoria.

União, inclusão e entusiasmo

Melissa Cássia de Jesus, de 43 anos, perdeu a visão há cerca de cinco anos por causa do diabetes e, desde então, participa dos projetos do Unicep. Para ela, o Coral “Vozes que Inspiram” trouxe um motivo a mais para abstrair da sua condição e poder estar com outras pessoas. “Parece que a gente vive em um mundo escuro e, quando a gente começa a cantar, parece que a gente esquece que não enxerga, a gente entra em um outro universo”, descreveu.

Quem também está muito animado com o coral é Rogério Souza da Silva, de 53 anos. Ele, que perdeu a visão há 30 anos, disse que participar das aulas de canto têm feito a diferença na vida dele. “O projeto do coral é diferenciado. A gente não enxerga, mas mostramos para a sociedade que temos voz e vez”, ressaltou.

Denise Correa Coutinho, assistente social da Unicep, fica encantada com a alegria dos integrantes do coral. “O projeto é realmente incrível. Eles saem de casa superentusiasmados para encontrar seus colegas e partilhar experiências”, disse.

135 anos da Imprensa Oficial

A expectativa é de que em 2025 a aulas sejam retomadas em fevereiro. O grupo vai se preparar para uma apresentação superespecial: as comemorações dos 135 anos da Imprensa Oficial do Espírito. O evento será no dia 21 de maio, no Palácio Anchieta, no Centro de Vitória.

Texto: Stephanie Oliveira (DIO/ES)

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