Mais um marco na história da agricultura capixaba: o Espírito Santo produziu o seu primeiro azeite puro, sob a orientação do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). A primeira colheita expressiva foi realizada na última quinta-feira (1º) no município de Santa Teresa, na região Serrana do Estado.
Foram colhidos aproximadamente 150kg de azeitonas, diretamente transportados para a agroindústria Estância do Pinheiro, de propriedade do agricultor Moacir Batista do Nascimento, em Catas Altas de Noruega (MG), onde os frutos foram processados a frio. Já a decantação e o envase foram realizados em terras capixabas. A produção foi de aproximadamente 50 embalagens de 250 ml de azeite, de baixa acidez, com aroma e sabor diferenciados, que serão comercializados a preço compatível com o padrão de qualidade”, explicaram os extensionistas do Incaper Carlos Sangali e Ranusa Coffler.
Batizado pelo escritório local do Incaper de Santa Teresa de “Esmeralda Capixaba”, o produto final tem origem de mudas plantadas em 2012, da Unidade de Observação na propriedade do agricultor Geraldo Magdalon, localizada na comunidade de Alto Caldeirão, em Santa Teresa, com altitude média de 830m, e de oito plantas da propriedade do agricultor Anúncio José Marim, em Alto Caxixe, Venda Nova do Imigrante.
Na Unidade foram plantadas 40 oliveiras das variedades Arbequina, Ascolano, Grappolo 541, Grappollo 575 e Maria da Fé, onde foram observados o desenvolvimento vegetativo, o vigor, a resistência a pragas e doenças e principalmente a produção. "Em 2017, completando cinco anos, a Unidade sinalizou uma produção média de 6kg/planta, confirmando nossa expectativa, fator esse que motivou a equipe do escritório local do Incaper a envidar esforços para o fomento da atividade", disse Carlos Sangali.
Para o diretor técnico do Incaper, Mauro Rossoni Junior, “o Governo do Estado, por meio dos escritórios locais do Incaper, deu um grande destaque para uma cultura pouco comentada. Atualmente temos 150 hectares de área plantada e queremos chegar até 200ha até o final do ano”.
Rossoni também reforçou a importância do cultivo de oliveiras especialmente para os produtores rurais potenciais que possuem uma área de atuação entre 900 a 1200 metros de altitude e para aqueles que têm áreas degradadas, de baixa rentabilidade, antes ocupadas com pastagens, cafés mais antigos ou eucalipto. “Agora é hora de buscar uma renda extra e inserir outras culturas potenciais, agregando valor à produção”, disse.
O projeto de introdução das oliveiras nas propriedades capixabas conta com a parceria da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) - Instituição referência na atividade, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (EZALQ/USP) e da Prefeitura Municipal de Santa Teresa.
Cultivo
A olivicultura é vocacionada para a região serrana do Estado com altitudes superiores a 800 metros, que possui condições edafoclimáticas favoráveis ao desenvolvimento da atividade, semelhantes às regiões produtoras do país, como Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. De acordo com Sangali e Coffler é um momento histórico para o Estado e para a agricultura capixaba, potencializando assim o fomento da atividade, a difusão de tecnologias e a viabilização de material geneticamente melhorado, permitindo alcançar a meta de 300 hectares de área plantada até 2020, o que viabiliza a construção da Indústria de beneficiamento.
FOTO: Divulgação / Incaper
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