O enfrentamento ao Aedes aegypti no Espírito Santo vai contar com a ajuda da tecnologia. Será o primeiro estado do Brasil a implantar um monitoramento inteligente e preventivo em todos os municípios. O sistema trará mais rapidez no acesso às informações sobre a infestação do mosquito e a circulação dos vírus da dengue, da zika e da chikungunya nas cidades e reduzirá a transmissão de doenças transmitidas pelo Aedes. O investimento é de R$ R$ 3,2 milhões, por ano. O sistema foi lançado na tarde de ontem, em uma solenidade no Palácio Anchieta.
Em discurso, o governador Paulo Hartung ressaltou que a presença dos prefeitos e representantes municipais é importante no fortalecimento da atuação conjunta para enfrentamento ao mosquito e, principalmente, conscientização da população sobre as particularidades da febre amarela.
"Estamos dando um passo importante e utilizando a inovação para melhorar esse enfrentamento ao mosquito, que é responsável pela transmissão de doenças tão graves. Também estamos reunidos para unir conhecimentos sobre a febre amarela silvestre. A estratégia está em curso. Estamos com a vacinação em andamento nas áreas de risco. Pedimos ao Ministério da Saúde 1,5 milhão de vacinas. Já recebemos o primeiro lote, estamos perto de receber o segundo e negociando a vinda do terceiro. Precisamos agir com muito equilíbrio, exercendo a liderança de forma equilibrada e orientando a população", comentou.
Participaram da solenidade prefeitos, secretários municipais de saúde, equipe do Governo, o presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, Hércules Silveira, a presidente do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems-ES), Andreia Passamani, e representantes da sociedade civil organizada.
“O Espírito Santo será o primeiro estado totalmente monitorado. Acreditamos que mudamos para melhor, com um sistema que traz benefícios como a eficiência na alocação de recursos. Os municípios poderão direcionar a equipe para onde está o problema, além de poder saber com antecedência de quatro a oito semanas que uma das doenças transmitidas pelo mosquito poderá atingir o ser humano”, disse o secretário de Estado da Saúde, Ricardo de Oliveira, aos presentes no lançamento do sistema.
Segundo Oliveira, o investimento é estadual, mas terá as seguintes contrapartidas dos municípios: realizar monitoramento das armadilhas; analisar as informações fornecidas pelo sistema; tomar as ações necessárias para eliminar os focos. “Hoje, isso já é feito pelas prefeituras, o que vai mudar é que seremos comunicados de que essas ações foram realizadas. É essa parceria que vai produzir o resultado. A informação orientará a ação para o combate ao mosquito Aedes aegypti”, disse.
Sistema - Serão instaladas 7.323 armadilhas para mosquitos adultos e um sistema de gestão inteligente via web. Com isso, as cidades vão gerar mapas e identificar, em menos tempo, a quantidade de Aedes aegypti presente no ambiente bem como o vírus circulante no local. As armadilhas serão instaladas em locais de fácil acesso e maior concentração de pessoas, como igrejas, unidades de saúde, hospitais, rodoviárias, centros comunitários, escolas e imóveis de pessoas com histórico de bom acesso às vistorias dos agentes comunitários de endemias.
Durante as vistorias, o agente vai verificar as armadilhas para identificar o Aedes aegypti. Se houver a presença do mosquito no local, o agente registrará a informação no mapa de infestação, em tempo real, por meio de um smartphone. Atualmente, este mapa leva cerca de dois a quatro meses para ser concluído.
O mosquito também será recolhido e enviado para análise, que permitirá saber qual o vírus presente nele. O mapa de circulação do vírus em mosquito ficará pronto em sete dias. Hoje, o mapeamento da circulação viral, feito somente em humanos, leva de um a dois meses.
Com essas informações, os municípios poderão direcionar as ações de combate ao mosquito com mais agilidade de acordo com as necessidades demandadas pelo monitoramento, entre elas a eliminação de depósitos que possam acumular água, aplicação de inseticida utilizando fumacê ou equipamentos portáteis para bloqueio de casos, por exemplo.
O monitoramento inteligente e preventivo será implantado nos 78 municípios. Dezesseis foram escolhidos para realizar monitoramento padrão em 100% de sua área urbana. Para essa escolha foram levados em consideração alguns critérios, como municípios com mais de 100 mil habitantes, histórico de maior incidência de casos de dengue e áreas urbanas maiores que 3 km² ou que possam ser colocadas 50 armadilhas, uma exigência da metodologia. Os demais 62 municípios receberão o monitoramento sentinela, com a implantação de 10 armadilhas.
A implantação contempla um cronograma de um mês, entre treinamento de técnicos e fornecimento de armadilhas e materiais. Cada município será responsável pela implantação das armadilhas, conforme instruções do treinamento, e acompanhamento das regionais com orientação da empresa desenvolvedora do monitoramento inteligente. Nesta quinta-feira, os treinamentos serão iniciados em 63 municípios, na segunda semana, em seis municípios, na terceira semana, em sete municípios, e na quarta semana, em dois municípios.
Esse é um instrumento importante de combate ao mosquito, mas é preciso que cada um faça a sua parte para eliminar os criadouros do Aedes aegypti em suas casas. Garrafas vazias, vasos e pratos de planta correspondem a 27,8% dos depósitos de água parada, seguidos por calhas e ralos, 23,2%; tonéis, tambores e barris, 21,96%; e caixas d’água, 6,66%.
FOTO: Leonardo Duarte / Secom-ES
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