O Espírito Santo sediou, nessas quarta (23) e quinta-feira (24), a 8ª Reunião do Comitê Interfederativo (CIF), órgão que tem a função de monitorar, fiscalizar e validar as ações de reparação dos danos sociais e ambientais em função do rompimento da barragem da Samarco. Esta é a primeira vez que o Estado recebe uma reunião do Comitê. O encontro aconteceu no Palácio da Fonte Grande, Centro de Vitória, e reuniu representantes do Governo Federal, dos estados do Espírito Santo e Minas Gerais e dos municípios atingidos pelo desastre da Samarco.
Nestes dois dias de trabalho, o governador Paulo Hartung; os secretários de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Aladim Cerqueira; de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, João Coser; e a diretora-presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Andreia Carvalho, estiveram presentes.
Entre os temas debatidos nesta reunião estava o plano de contingência de abastecimento de água nos municípios, elaborado para o período de chuvas. Outro ponto foi o plano de ação direcionado ao atendimento de 2.892 pessoas que ainda não estão sendo beneficiadas com o auxílio financeiro emergencial. Como deliberação, o Comitê Interfederativo estabeleceu um prazo de 10 dias para que a Fundação Renova reavalie esta situação e comunique ao CIF. O objetivo é suprir a ausência das atividades que eram realizadas antes do desastre, pois a recuperação das condições do Rio Doce é que vai permitir que essas pessoas possam retomar em definitivo as suas atividades e até que isso não ocorra a empresa deve conceder esse auxílio.
O governador Paulo Hartung ressaltou a importância da reunião que, em sua metodologia reúne diferentes instâncias do poder público, sociedade e mineradora Samarco. Hartung pediu aos participantes avanços nas medidas para minimizar o sofrimento da população atingida ao longo da calha do Rio Doce.
"Gostei da dinâmica e acho interessante ser itinerante. Esse desastre demanda muita ação, em aspectos diversos, ligados a questões ambientais, econômicas e sociais. É um exercício de atuação conjunta sobre um lamentável episódio. Esperamos recuperar esse Rio, que já estava degradado, e entregar para sociedade em condições melhores a que estava antes. Se conseguirmos colocar de pé essa recuperação teremos um ótimo exemplo nas práticas com os recursos ambientais.
A diretora-presidente do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Andreia Carvalho, ressaltou que o Espírito Santo também foi vítima dessa que é considerada a maior tragédia ambiental do Brasil. Entretanto, atuou com rapidez visando à reparação dos danos. Ela explicou que o diálogo foi aberto, imediatamente, com o governo do Estado de Minas Gerais e com o Governo Federal.
“Estamos confiantes que todas as determinações serão cumpridas. Estamos caminhando com um bom diálogo: as defensorias públicas dos Estados de Minas e do Espírito Santo estão aqui presentes. Estamos trabalhando de uma forma muito integrada com a possibilidade de excelentes resultados”, salientou Andreia.
Para a presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Suely Araújo, que também preside o CIF, a importância do trabalho do Comitê é clara. “Não há outra forma de gerenciar esse desastre a não ser por uma atuação integrada dos diferentes entes federados. É um trabalho de décadas e vamos ter que aprender a trabalhar juntos para obter o resultado mais eficaz. O trabalho é complexo uma vez que foi um desastre sem precedentes, mas temos evoluído. Estamos nos organizando e colocando em prática os 41 programas previstos no termo de ajuste de conduta.”
Comitê Interfederativo - Criado em abril deste ano, o Comitê Interfederativo (CIF) tem a função de monitorar, fiscalizar e validar as ações de reparação dos danos sociais e ambientais em função do rompimento da barragem da Samarco.
FOTO: Leonardo Duarte / Secom-ES
(Os textos publicados são produzidos pela Rede de Comunicação do Governo do Espírito Santo)