A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reforça o pedido para que as pessoas que não têm restrição à vacina contra febre amarela e nunca receberam nenhuma dose da vacina procurem uma unidade básica de saúde em sua cidade para garantir a proteção. A vacina está disponível em todos os municípios capixabas.
A coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Danielle Grillo, explica que a dose de reforço dez anos após a primeira não é mais necessária, conforme recomendação do Ministério da Saúde que começou a valer a partir deste mês de abril. “O reforço deixou de ser indicado porque, em aproximadamente 99% dos casos, dentro de 30 dias após a vacinação o corpo já está protegido”, explicou.
Danielle diz que a vacina contra febre amarela é altamente eficaz na proteção contra a doença e tem sido utilizada com esse propósito desde 1937. Ela afirma que a melhor evidência da eficácia da vacina é a redução da incidência de casos de febre amarela após a introdução da vacina no país.
A coordenadora ressalta que pessoas com mais de 60 anos sem contraindicações devem ser vacinadas para garantirem a proteção contra a doença. No caso de gestantes (em qualquer período gestacional) e mulheres que estejam amamentando crianças menores de 6 meses de idades, avalia-se o risco-benefício: a vacina pode ser aplicada se essas mulheres morarem perto de locais com caso confirmado de febre amarela em macacos, em humanos ou vetores, pois nessas condições o risco de contrair a doença é maior. “No caso das lactantes, a amamentação deverá ser suspensa por dez dias após a vacinação”, esclarece.
Cobertura vacinal - Segundo a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, o esperado é que todos os municípios vacinem 100% de suas populações, respeitando os critérios de vacinação definidos pelo Ministério da Saúde. De acordo com informações enviadas pelos municípios, 2.899.483 pessoas foram imunizadas até o momento, o que representa uma cobertura vacinal de 81,03% da população em todo o Espírito Santo.
Das 3.650.000 doses enviadas ao Estado pelo Ministério da Saúde, 3.420.900 já foram distribuídas para os municípios. Até o momento, 12 cidades capixabas alcançaram a vacinação de 100% de suas populações e 38 municípios estão com mais de 80% de cobertura vacinal. Em outros 28 municípios, a cobertura vacinal está abaixo de 80%, sendo que em 11 destes, menos de 70% da população está imunizada.
Contraindicações - A vacinação contra febre amarela segue critérios recomendados pelo Programa Nacional de Imunizações. O Ministério da Saúde alerta que, nos casos de pacientes com imunodeficiência, a administração da vacina deve ser condicionada à avaliação médica de risco-benefício e deve ser analisada caso a caso nas situações de surto da doença.
Também devem buscar orientação profissional as pessoas que têm histórico de reação alérgica a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina e outros produtos com proteína bovina) e pacientes com histórico anterior de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, ausência de timo ou remoção cirúrgica). A vacina é contraindicada para:
:: Crianças menores de 6 meses de idade;
:: Pacientes com imunodepressão de qualquer natureza;
:: Pacientes infectados pelo HIV com imunossupressão grave;
:: Pacientes em tratamento com drogas imunossupressoras (corticosteroides, quimioterapia, radioterapia, imunomoduladores);
:: Pacientes submetidos a transplante de órgãos;
:: Pacientes com imunodeficiência primária;
:: Pacientes com neoplasia;
:: Indivíduos com história de reação anafilática relacionada a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina bovina ou outras);
:: Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica).
Outra forma de proteção - Quem ainda não está vacinado há mais de 10 dias e pretende se deslocar para áreas de floresta, a orientação é que viaje somente em caso de necessidade. Se for, que use repelente e roupas que protejam o corpo, como blusas de manga comprida, calças e calçados que cubram bem os pés.
Uma pessoa com febre amarela apresenta, nos primeiros dias, sintomas parecidos com os de uma gripe. Entretanto, esta é uma doença grave, que pode complicar e levar à morte. Os sintomas mais comuns são febre nos primeiros sete dias e mal-estar. Diante de algum desses sintomas, a pessoa deve buscar atendimento médico.
Dados - Este ano, até o último dia 19, a Sesa recebeu 634 notificações de suspeita de febre amarela. Dessas, 155 foram descartadas. Do total de 479 casos, 187 foram confirmados para febre amarela silvestre, ou seja, com transmissão ocorrida na área rural.
Deste total, 59 casos evoluíram para óbito e o local de provável infecção foi: Muniz Freire (06), Domingos Martins (06), Santa Leopoldina (05), Brejetuba (04), Colatina (04), Santa Maria de Jetibá (04), Irupi (03), Santa Teresa (03), Ibatiba (02), Itarana (02), Laranja da Terra (02), Pancas (02), Afonso Cláudio (02), Conceição do Castelo (02), Venda Nova do Imigrante (02), Cariacica (02), Vargem Alta (02), São Roque do Canaã (01), Conceição da Barra (01), Iúna (01), Marechal Floriano (01), Aracruz (01) e Viana (01).
A Sesa ressalta que os casos confirmados neste boletim não são de casos recentes. A investigação foi concluída no dia 19 deste mês.
Os 187 casos confirmados são dos prováveis municípios de infecção: Ibatiba (22), Colatina (20), Santa Leopoldina (18), Domingos Martins (11), Brejetuba (09), Muniz Freire (09), Conceição do Castelo (08), Castelo (07), Afonso Cláudio (07), Pancas (05), Serra (05), Laranja da Terra (05), Itaguaçu (05), Marechal Floriano (05), Irupi (05), Santa Teresa (05), Baixo Guandu (04), Itarana (04), São Roque do Canaã (04), Santa Maria de Jetibá (04), Alfredo Chaves (03), Cariacica (03), Vargem Alta (03), Cachoeiro de Itapemirim (02), Iúna (02), Venda Nova do Imigrante (02), Marilândia (01), Fundão (01), Ibiraçu (01), Aracruz (01), Ibitirama (01), Muqui (01) e Conceição da Barra (01), Anchieta (01), Guarapari (01), Viana (01).
Com isso, há 292 casos em investigação com quadro indicativo também de leptospirose, febre maculosa, dengue e outras doenças com sintomas semelhantes.
FOTO: Fred Loureiro / Secom-ES
(Os textos publicados são produzidos pela Rede de Comunicação do Governo do Espírito Santo)