Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstram que os negros representam 56% da população brasileira. No entanto, eles ocupam apenas 4,7% dos cargos de liderança nas 500 maiores empresas do país, segundo pesquisa do Instituto Ethos de 2019. Já as mulheres negras representam 9,3% dos quadros dessas companhias e estão presentes apenas em 0,4% dos altos cargos. Na Imprensa Oficial do Espírito Santo (DIO/ES), autarquia responsável pela publicação do Diário Oficial do Estado, este cenário é diferente: as mulheres negras são maioria nos cargos de liderança e ocupam três das cinco gerências da instituição.

Nesta segunda-feira (20), Dia da Consciência Negra, a data traz justamente a necessidade de sensibilização das pessoas quanto a existência do racismo estrutural, que prejudica a população negra, especialmente, no mercado de trabalho e no acesso à educação. Tais prejuízos aos negros ficam evidentes nos números trazidos em pesquisas como as relatadas acima, com dados do IBGE e do Instituto Ethos.

A gerente de Recursos Humanos do DIO/ES, Jocimara Martins, é responsável pela vida funcional de todos os servidores da autarquia e vê no Dia da Consciência Negra uma oportunidade para combater o racismo. “O Dia da Consciência Negra não é apenas uma celebração, mas também uma motivação renovada para combater o racismo, promover a equidade e construir um mundo onde todos possam ser verdadeiramente autênticos, sem as barreiras da cor de pele. É um lembrete poderoso de que a diversidade é a nossa maior riqueza, alcançando verdadeira igualdade quando cada voz é ouvida, cada história valorizada e cada vida respeitada”, ressaltou.

Para a gerente de Atendimento e Publicações, Joyce Oliveira dos Santos Muniz, este é o momento de honrar a luta dos antepassados e impulsionar mudanças positivas. “O Dia da Consciência Negra nos faz lembrar a força e a resistência dos negros! Eu na posição de gerente, vejo como uma chance de liderar, promovendo diversidade e criando um ambiente que valoriza todas as origens. É um momento para inspirar, educar e impulsionar mudanças positivas. Como mulher negra, esse dia tem um significado especial ao destacar vozes muitas vezes marginalizadas, celebrando conquistas, honrando antepassados e inspirando futuras gerações”, destacou.

Já a gerente de Administração Geral, Solange Costa, espera que o Dia da Consciência Negra não se resuma a apenas uma data, e sim que luta contra o preconceito seja diária. “Espero viver num mundo onde a celebração de direitos humanos não seja necessária, onde os negros não enfrentem constantes provações para provar sua capacidade. Embora o Dia da Consciência Negra, em 20/11, seja crucial, a luta contra o racismo, preconceito e desigualdade racial persiste diariamente. A importância da data destaca-se ao observarmos a presença significativa de negros em periferias e subempregos. A dúvida persiste: estamos verdadeiramente libertos?”, ponderou.

Enfrentamento ao Racismo Estrutural

Em 2013, foi lançado o Guia de Enfrentamento ao Racismo Institucional. A publicação resulta de um processo de construção coletiva que agregou organizações feministas e antirracistas brasileiras, o Governo Federal e o Sistema das Nações Unidas no país. Pretende contribuir para o enfrentamento do racismo institucional, somando-se aos compromissos e esforços empreendidos pelo setor público e expressos no Plano Plurianual 2012-2015.

Seu objetivo é o de oferecer novos elementos para a construção de diagnósticos, planos de ação e indicadores que permitam o enfrentamento do Racismo Institucional e de contribuir para a criação de um ambiente favorável à formulação e implementação de políticas públicas, buscando equalizar o acesso a seus benefícios.

Clique no link e baixe o Guia de Enfrentamento ao Racismo Institucional 

Texto: Stephanie Oliveira

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