A exposição “Constelações”, de Hilal Sami Hilal – instalada no Palácio Anchieta, no Centro de Vitória – se encerra na próxima quinta-feira (12). Nestes cinco meses em que a exposição está aberta ao público, aproximadamente 26 mil pessoas conheceram a obra, que conta com três grandiosas instalações, que unem a um objeto-livro.
A mostra – que tem entrada gratuita – leva a reflexões sobre identidade, a memória e o afeto. O horário de funcionamento é de terça a sexta-feira, das 9 às 17 horas, e sábados, domingos e feriados, das 9 às 16 horas.
A exposição - “Constelações” conta com três grandiosas instalações, que unem a um objeto-livro. “Para o meu amor passar” é a instalação que recebe os visitantes e os conduz ao universo poético do artista. Inspirada na cantiga popular, a instalação "Se essa rua fosse minha" ocupa uma área de 250 metros quadrados, com 40 mil “pedrinhas de brilhante” incrustadas em oito mil ladrilhos cinza chumbo. A obra não tem um percurso definido.
Antes de chegar à obra-título, a exposição tem dois outros trabalhos monumentais, que fazem parte da série “Deslocamentos”. O primeiro é uma “piscina” – obra inédita – com 5,6 metros de diâmetro. Na água, papel macerado, glicerina e pigmento, flutuando como um grande mundo cuja forma constitui uma paisagem real em movimento. Um objeto-livro é o trabalho seguinte, que também produz sua própria direção: numa inclinação de 30 graus, pranchas imensas de papel artesanal que se prolongam por todo o espaço do local.
Obra coletiva - Durante o percurso, o visitante é levado à obra Constelações, que dá nome à mostra. Ela é uma "obra coletiva", com a participação de 2.500 jovens alunos de escolas públicas da Grande Vitória, que marcaram no trabalho dez mil nomes de pessoas que apresentam relação afetiva em suas vidas. Produzida em papel artesanal colorido sobre tecido transparente, as caligrafias são refletidas por espelhos em toda a extensão do teto.
Inspirada em “Noite Estrelada”, de Van Gogh, ”Constelações” vem sendo produzida desde abril. Com uma equipe composta pela psicanalista Ruth Ferreira Bastos, o educador Laércio Ferracioli e a curadora Neuza Mendes, Hilal promoveu workshops para os diretores e professores de sete escolas da rede estadual de educação de Vitória e Região Metropolitana. Durante os encontros, o artista falou sobre a experiência com a arte, da “Constelação” e da evocação da memória pessoal ou coletiva, articulando a noção de identidade.
Num segundo momento, foram realizadas oficinas de papel artesanal – trapos macerados que trazem as marcas do tempo e são parte indissociável da plástica de Hilal – com alunos. O papel foi injetado em bisnagas como as de confeiteiros, de onde brotaram as caligrafias dos participantes.
“Em cada nome há uma recordação, uma marca. Há vida. Sinto-me feliz na realização de um trabalho coletivo, em poder aproximar os jovens da arte, em ter a chance de, quem sabe, contribuir para modificar as suas perspectivas de futuro”, confessou Hilal.
FOTO: Divulgação / Secult
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