27/02/2020 08h04 - Atualizado em 27/02/2020 16h56

Cafeicultura capixaba contribui para possível supersafra nacional

O Espírito Santo deve colher entre 13 milhões e 15,4 milhões de sacas de cafés arábica e conilon em 2020. Os dados da primeira estimativa de safra no Estado foram levantados pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e entregues à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

“Um ponto que chama atenção nesta primeira estimativa de safra de 2020 é a modernização do parque cafeeiro do Estado por meio da renovação das lavouras tanto de arábica quanto de conilon. As velhas plantações, menos produtivas, estão sendo substituídas, dando lugar às mais novas. O cafeicultor capixaba está plantando as variedades lançadas pelo Incaper e aplicando as tecnologias desenvolvidas e recomendadas pelo Instituto. Isso contribui substancialmente para a melhorar as expectativas com relação à produtividade, à redução de custos e à qualidade", destacou Abraão Carlos Verdin Filho, coordenador técnico de cafeicultura.

De acordo com a estimativa, a área plantada também deve registrar uma pequena expansão. Dos 2,13 milhões de hectares de cafés plantados no Brasil em 2019, mais de 425 mil hectares são em solo capixaba. Para 2020, a previsão é de que a área cultivada no Espírito Santo aumente 2,8%, chegando a 437 mil hectares tanto em formação quanto em produção. A variação estimada para o Estado é o dobro da média nacional. Espera-se que as terras destinadas à cafeicultura no Brasil atinjam 2,16 milhões de hectares em 2020, um aumento de 1,4%.

Arábica

A possível supersafra de café no País deve-se, principalmente, à estimativa de aumento na produção de café arábica, cujo maior produtor é o Estado de Minas Gerais. O Brasil espera colher entre 43,2 milhões e 45,93 milhões de sacas de arábica, representando aumento entre 26% e 34,1%, respectivamente, em comparação ao volume produzido em 2019.

No Espírito Santo, a produção de café arábica em 2020 pode superar o recorde histórico. A expectativa é de que sejam colhidas entre 4 milhões e 4,8 milhões de sacas de arábica no Estado, o que representa 58,7% a mais do que o colhido em 2019. Até então, o recorde histórico havia sido registrado em 2018, quando o Espírito Santo colheu cerca de 4,7 milhões de sacas de café arábica.

Quanto à área plantada, dos 1,75 milhões de hectares previstos para o cultivo de arábica no Brasil, 171,8 mil estão em território capixaba.

Conilon

No caso do conilon, a produção nacional estimada para 2020 varia entre 13,95 milhões e 16,04 milhões de sacas. Isso representa redução de 7,1% e crescimento de 6,8%, respectivamente, em comparação ao volume produzido em 2019.

No Espírito Santo, que na última safra concentrou quase 70% da produção nacional de conilon, espera-se colher entre 9 milhões de 10,7 milhões de sacas. A estimativa pode ser 14,2% menor ou 1,7% maior que a safra de 2019, quando a produção capixaba foi considerada recorde: 10,5 milhões de sacas de café conilon.

Verdin ressalta que a produção de conilon no Espírito Santo enfrenta situações adversas há alguns anos consecutivos e mantem-se em patamares razoáveis graças às tecnologias desenvolvidas ou recomendadas pelo Incaper, principalmente no que se refere a variedades mais adaptadas à necessidade do agricultor.

Espera-se ainda em 2020 um aumento de 1,4% na área destinada ao cultivo de café conilon no Espírito Santo em relação ao ano anterior. Dos mais de 404 mil hectares de café conilon cultivados no Brasil, mais da metade, 265 mil hectares estão em território capixaba.

Qualidade reconhecida

O Espírito Santo é o segundo maior produtor de café do Brasil, perdendo apenas para Minas Gerais, bem maior territorialmente. Além de ser forte na produção, a cafeicultura capixaba também é referência na qualidade. E a obtenção de cafés de qualidade superior passa pelas orientações do Incaper.

O conilon capixaba sagrou-se campeão, pelo segundo ano consecutivo, numa competição internacional de qualidade, a Coffee of the Year (COY), realizada anualmente durante a Semana Internacional do Café (SIC).

Durante a SIC, o Espírito Santo conquistou várias outras colocações de destaque. Cafeicultores capixabas venceram os três primeiros lugares na categoria conilon do 5º Torneio de Café Fair Trade do Brasil, uma certificação internacional de qualidade.

O sabor da cafeicultura capixaba foi o único que encheu os paladares dos consumidores do Nescafé Gold, lançado pela Nestlé durante a SIC. A Torra de Autor foi uma edição limitada, na qual um único grão ganhava a personalidade de seis diferentes mestres de torra.

FOTO: Divulgação / Incaper

(Os textos publicados são produzidos pela Rede de Comunicação do Governo do Espírito Santo)

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