A tarde da última segunda-feira (11) foi marcada por discussões sobre a inserção de mulheres e meninas na ciência. A Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional (Secti), em parceria com a UFES, por meio do Laboratório de Pesquisas Sobre Violência Contra a Mulher no Estado, realizou uma Mesa Redonda para celebrar o Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência.
Com o tema “Os Desafios da Mulher na Ciência no Brasil”, o evento reuniu autoridades e intelectuais das mais diversas áreas para debater o tema. A vice-governadora do Estado, Jacqueline Moraes participou do debate e emocionou a todos ao falar sobre sua trajetória e a importância de as mulheres derrubarem os preconceitos, que as colocam em segundo plano, e conquistarem seus lugares nos mais altos escalões de trabalho.
“Estamos assistindo a uma camada grande de mulheres se posicionando favorável à ideia de que a igualdade entre mulheres e homens é uma coisa fundamental para se ter uma sociedade moderna”, disse. Apesar da popularização do debate, segundo ela, as brasileiras ainda precisam encarar problemas como as desigualdades salariais e a pouca representatividade na política.
A vice-governadora relembrou, ainda, sua juventude como camelô no Centro de Vitória e como teve que estudar no EJA para concluir o ensino básico e o ensino fundamental: “A educação foi tudo para mim. Graças aos estudos e à militância política é que tive a oportunidade de mostrar o meu trabalho e ser escolhida por Renato Casagrande a ser vice-governadora”, relatou.
Jacqueline Moraes abordou também a falta de representatividade feminina nos cargos eletivos e sobre os partidos políticos ainda serem dominados por homens. “As mulheres são mais da metade da população, mas são menos de 10% nos cargos políticos, o mesmo acontece com os negros. As pessoas em situação de pobreza não conseguem nem mesmo se candidatar”, destacou.
O objetivo do debate foi discutir sobre as mudanças do estudo da ciência e uso da tecnologia no País com o passar dos anos e quais desafios a mulher enfrenta nesse universo, que ainda é dominado pelos homens. De acordo com a UNESCO menos de 30% dos pesquisadores no mundo são mulheres.
A doutora e pesquisadora, Cristina Engel, futura secretária de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional, destacou que algumas questões inerentes da condição feminina devem ser consideradas quando se definem algumas políticas de incentivo.
“De fato ainda há um espaço grande para ser conquistado e existem algumas realidades da mulher que não podem ser ignoradas, como a gestação, por exemplo. Esse tempo da gestação, esses encargos de cuidar dos filhos e da casa, interferem na trajetória profissional e consequentemente nos resultados alcançados. O meu desejo é que o debate realizado sirva de incentivo para que mais mulheres se dediquem às atividades científicas”, afirmou a futura secretária, que mediou a mesa redonda.
Dia Internacional de Mulheres e Meninas na Ciência
A data é celebrada desde 2015 no dia 11 de fevereiro liderada pelas Organizações das Nações Unidas Para Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e pelas Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres. No Estado, este é o primeiro ano que a data é comemorada por meio da iniciativa pública. Uma atitude levada à Secti pela vice-reitoria da UFES.
“É importante a gente dar visibilidade as mulheres na ciência e promover igualdade em todos os pontos. Essa é uma das melhores formas de se combater a violência. A ciência, junto da educação, é um dos pilares para que possamos promover essa igualdade. A Secti abraçou nossa pauta, entendeu a importância da data e concordou para que pudéssemos realizar juntas esse evento que foi emblemático, simbólico e marca um novo período em que esperamos que as mulheres tenham uma pauta prioritária nesse governo”, comentou a vice-reitora da UFES, Ethel Maciel.
Para a Mesa Redonda foram convidadas mulheres representativas na ciência capixaba com renome nacional e internacional, como cientistas e pesquisadoras de diversas áreas. Entre as convidadas estavam: a doutora e pesquisadora Denise Endringer, que é diretora de Pesquisa, Pós-Graduação e Extensão, e Professora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências Farmacêuticas da Universidade Vila Velha; a doutora e pesquisadora Fernanda Amorim, que é doutora em Ciências com ênfase em Toxicologia e professora substituta do departamento de Farmácia da UFES; a doutora em Engenharia, mestre em Informática e bacharel em Ciência da Computação Marcia Gonçalves de Oliveira; a doutora em Política Social, coordenadora do Laboratório de Estudos Sobre Imagem e Cibercultura (Labic), do Departamento de Comunicação Social da Ufes, Adriana Ilha; e a professora e doutora em Engenharia com Experiência na Área de Robótica Móvel, com Ênfase em Visão Computacional, Raquel Frizera Vassalo.
FOTO: Divulgação / Secti
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