13/12/2017 08h04 - Atualizado em 13/12/2017 08h48

Gestão escolar participativa reduz taxa de abandono no ES

Transformar a escola numa realidade participativa e democrática, onde os estudantes discutem e buscam soluções para os problemas do dia a dia, como o abandono, esse é objetivo do programa Jovem de Futuro. Na manhã de ontem, foram apresentados os primeiros resultados do trabalho desenvolvido com o programa nas escolas de Ensino Médio da rede pública estadual.

De acordo com os dados do Censo Escolar, analisados pelo Instituto Unibanco, no Espírito Santo, nos últimos anos, o número de jovens que abandonou o ensino médio público caiu 90%, com uma velocidade maior de 2015 adiante, após a implantação das ações do Jovem de Futuro. No Brasil, o desempenho foi inferior ao capixaba, com uma redução de 51%, no mesmo período.

Segundo o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do Brasil, o crescimento da rede pública estadual do Espírito Santo é o maior registrado desde que o indicador foi criado, em 2005. Com uma expansão de 0,3 pontos (ou cerca de 9% com relação a 2013), o Ensino Médio da rede estadual, que representa 293 escolas e mais de 107 mil estudantes do Estado, atingiu 3,7 pontos em 2015, subindo da décima primeira para a quarta posição no país.

O governador Paulo Hartung reforçou a importância do planejamento e da capacidade de renovação dentro do serviço público. “Eu acredito muito no setor público e na capacidade dele se renovar. Eu muito cedo entendi que a sensibilidade é importante, a criatividade, mas a gente precisa planejar, executar e avaliar o que nós fazemos para ter capacidade de renovar os planos. Me emocionei com a fala dos gestores e dos jovens. Foi difícil segurar a emoção. Estamos vendo uma verdadeira transformação na nossa rede de ensino. Meu papel hoje aqui é bater palmas para vocês, gestores escolares. Agradeço em nome dos capixabas pela revolução que estamos fazendo na educação, pois se a gente tem um desafio maior, esse é o de garantir a formação dos nossos jovens”, comemorou.

Para o secretário de Estado da Educação, Haroldo Rocha, o trabalho em equipe é fundamental para garantir bons resultados. “Nós trabalhamos por resultados na educação do Espírito Santo. E é por isso que estamos aqui reunidos. Programas como Escola Viva e Jovem de Futuro estão fazendo a diferença para os estudantes nas escolas, de tempo integral e parcial, são trabalhos convergentes que começaram a demonstrar resultados. Isso reafirma que estamos no caminho certo, buscando pela melhoria permanente e continua da Educação”, ressaltou.

No Espírito Santo, o Jovem de Futuro começou em 2015, beneficiando mais de 72 mil estudantes, com o intuito de melhorar o desempenho educacional dos alunos do Ensino Médio da rede pública. Em 2017, além das 143 escolas onde já existe o projeto, outras 66 unidades escolares entraram no programa, em 71 municípios. A intenção é que toda a rede pública de Ensino Médio seja contemplada até o final de 2018.

“A tarefa de todos os gestores que estão aqui hoje é muito desafiadora, porque é como garantir o direito à educação para todos, sem deixar ninguém de lado. O campo da garantia de direitos precisa de processos estruturados, de rigor, de disciplina. Precisa de método e eficiência. E numa realidade de tamanha desigualdade, a eficiência tem que estar a serviço dos mais vulneráveis”, destacou o superintendente executivo do Instituto Unibanco, Ricardo Henriques.

Com o Jovem de Futuro, as escolas realizam um modelo de gestão escolar que inclui diagnóstico, definição de metas para cada uma, elaboração de planos de ação, acompanhamento sistemático das iniciativas e de seus resultados e correção de rotas quando necessário, visando essencialmente o aprendizado dos jovens estudantes do Ensino Médio.

A estudante Beatriz Sant´anna Melo Silva participou do evento e contou um pouco sobre a experiência do programa na sua escola, a Arnulpho Matos, em Vitória. “Fiz uma pesquisa com os alunos e perguntei ‘O que motiva vocês na escola?’; 80% disseram que querem estar na escola, mas não são motivados a estarem nela. Percebemos que o que nos incomodava eram coisas simples de mudar. A solução para mim foi ouvir os estudantes e buscar esse pertencimento. Nós estudantes precisamos estabelecer essa relação com a escola, ter vontade de mudar”, disse a jovem. Beatriz desenvolveu um projeto com o intuito de despertar o engajamento e pertencimento dos estudantes com sua escola e, consequentemente, a valorização do patrimônio escolar.

Na oportunidade, mais de 330 gestores de escolas, superintendentes e técnicos da rede pública de ensino do Estado estiveram presentes e receberam o certificado de participação no programa.

Jovem de Futuro

O programa Jovem de Futuro utiliza o conceito de Gestão Escolar para Resultados (GEpR). O projeto apresenta estratégias e instrumentos que tornam o trabalho do gestor escolar mais eficiente, criativo e produtivo. Seus princípios orientam para um trabalho com foco nos resultados positivos de ensino e de aprendizagem.

A principal maneira que o Jovem de Futuro propõe para efetivar a gestão focada em resultados na escola é a construção de um Plano de Ação, que é um importante instrumento para a materialização do planejamento participativo na escola. É por meio dele que a comunidade escolar traça o que é preciso fazer, de acordo com o seu diagnóstico, para alcançar os resultados esperados.

O programa é realizado pela Secretaria de Estado da Educação (Sedu) com apoio do Instituto Unibanco, que é uma das instituições responsáveis pelo investimento social privado do conglomerado Itaú Unibanco, que tem como foco de atuação contribuir com a melhoria da qualidade da educação pública brasileira.

FOTO: Leonardo Duarte / Secom-ES

(Os textos publicados são produzidos pela Rede de Comunicação do Governo do Espírito Santo)

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