29/06/2017 08h02 - Atualizado em 29/06/2017 08h59

Capixabas assinam capítulo sobre toxicologia em livro internacional

No mês em que é comemorado o “Dia do Policial Civil”, celebrado no dia 12 de Junho, os peritos bioquímicos toxicologistas Fabrício Pelição e Mariana Dadalto Peres, da Polícia Civil do Espírito Santo, são os únicos peritos brasileiros a assinarem um dos 72 capítulos do livro intitulado “The Neuroscience of Cocaine: Mechanisms and Treatment”, que tem como autores, especialistas do mundo todo abordando diversos temas relacionados ao uso da cocaína, bem como seus efeitos, as doenças e os tratamentos para a droga. A obra é uma publicação da Academic Press, uma marca da Elsevier, líder mundial na publicação de livros acadêmicos.

Os dois peritos capixabas são os autores do capítulo “Toxicologial Analysis for Cocaine Use”, que fala sobre as análises toxicológicas da cocaína realizada em diversas situações como no atendimento ao paciente que chega intoxicado nos hospitais, em casos de acidentes de trânsito, ou ainda no uso de cocaína no ambiente de trabalho e até nos casos onde há disputa pela guarda de crianças. O capítulo faz parte da obra cuja edição é do pesquisador britânico Victor R. Preedy, professor da King’s College London, na Inglaterra.

Segundo Pelição, o convite para fazer parte do grupo de autores aconteceu no início de 2015. “Após a publicação do meu artigo de Doutorado que falava sobre a análise toxicológica da cocaína e também de outros artigos internacionais que nós fizemos voltados para essa área, recebemos com muita satisfação esse convite para integrar esse projeto tão importante para o campo da toxicologia. O editor entrou em contato conosco, falou sobre o projeto e pediu para que nós falássemos sobre a análise toxicológica do uso da cocaína”, disse.

A primeira versão do material foi entregue em março de 2016. “Após isso, o texto foi revisado pelos nossos colegas norte-americanos Melissa Verhaeghe e Rodger Scurlock, que conhecemos durante um treinamento custeado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social. As sugestões que eles nos deram foram de grande contribuição para a elaboração do texto final do livro, que foi entregue em fevereiro deste ano”, destacou.

Mariana explica que no capítulo a eles destinado foram abordados os aspectos que devem ser considerados para a realização das análises das amostras em relação à cocaína diante de diferentes situações do dia a dia. “No Espírito Santo fazemos diariamente as análises de amostras de sangue e de urina nos casos de acidentes de trânsito e também nas situações de post mortem. Além de relatar um pouco das nossas experiências vividas diariamente, também abordamos as outras circunstâncias em que há a necessidade de fazer essas análises, como nos casos de brigas judiciais pela guarda de criança. Nesse caso, nós fazemos a análise das primeiras fezes do bebê recém-nascido para averiguar se a mãe faz uso de cocaína ou não. É um exame que é muito comum nos Estados Unidos”, afirmou. A perita também conta que foram fornecidas opções de formas para demonstrar a análise da cocaína nas amostras.

O livro foi lançado no fim do mês passado. “Esperamos que essa obra esteja disponível para cerca de 16 milhões de cientistas, estudantes e profissionais da saúde no mundo todo”, concluiu Fabrício.

FOTO: Divulgação / Polícia Civil

(Os textos publicados são produzidos pela Rede de Comunicação do Governo do Espírito Santo)

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