16/04/2019 08h04 - Atualizado em 17/04/2019 08h53

Governo autoriza restauro da capela mais antiga de Vitória

O governador Renato Casagrande assinou a ordem de serviço do restauro da Capela de Santa Luzia, na tarde de ontem, no Palácio Anchieta, em Vitória. A solenidade contou com a presença de secretários de Estado, representantes do Governo Federal e do Poder Legislativo. A capela situada no Centro Histórico é considerada a mais antiga construção religiosa em Vitória. A previsão é de que as obras terminem em seis meses.

Casagrande destacou a importância da recuperação desse importante monumento histórico do século XVI para a região. “É um museu de artes religiosas e além disso teremos mais um ponto onde se fortalecerá o roteiro do turismo religioso, fortalecendo o Centro da cidade, recuperando nossa história, recuperando obras e fortalecendo, de fato, essa área da cidade que precisa muito da nossa presença”, afirmou.

Durante a solenidade, o governador anunciou que uma área próxima ao Paládio Anchieta será transformada em um estacionamento para liberar o trecho em frente à Praça João Clímaco, hoje tomado por veículos parados. Com isso, os pedestres poderão curtir mais esse espaço, que liga a sede do Executivo ao Palácio da Cultura Sônia Cabral.

O secretário de Estado da Cultura, Fabricio Noronha, ressaltou a necessidade de ser preservar os bens materiais e imateriais. "Estamos com uma agenda bem intensa ligada ao patrimônio. A capela aberta vai atrair visitantes e contribuir com o futuro através da preservação da memória", disse. 

A presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, lembrou o incêndio da Catedral de Notre Dame em Paris nesta segunda feira, além do museu Nacional, no ano passado. "A gente tem a missão de proteger o patrimônio", destacou.

Reforma 

Construída no século XVI, a Capela de Santa Luzia foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1946 e vai receber obras, com um investimento de R$ 302 mil, em recursos do Estado, com acompanhamento técnico do Iphan.

Serão refeitos telhado, alvenarias, pisos, esquadrias, forro, substituição da fiação elétrica e da iluminação, substituição de elementos hidráulicos e restauração das pinturas das alvenarias, forro e do retábulo da Capela-Mor. O imóvel atualmente encontra-se com grandes focos de degradação, além do piso que sofreu infiltração nas grandes chuvas que atingiram o Estado em 2013, causando a interdição do espaço em 2016.

História 

A Capela de Santa Luzia é um marco do início da colonização do Espírito Santo. O prédio funcionou como Igreja até 1928, depois como Museu de Arte Sacra do Espírito Santo durante o período de 1950 a 1970, também já foi Galeria de Arte e Pesquisa da Universidade Federal do Espírito Santo entre 1976 a 1994 e abrigou a Superintendência do Iphan-ES entre 1996 e 2001.

Arquitetura religiosa

A ocupação do território capixaba remonta à Capitania Hereditária do Espírito Santo, destinada a Vasco Fernandes Coutinho. Nos primeiros anos foram fundados diversos povoamentos, entre eles Vitória, Vila Velha, Nova Almeida e Reritiba (atual Anchieta). Entretanto, são parcos os vestígios dos primeiros tempos, além da própria localização.

O universo dos edifícios tombados pelo Iphan no Espírito Santo testemunha o processo de colonização do seu território, com o predomínio da arquitetura religiosa. Os jesuítas tiveram papel importante em todo o território brasileiro, sendo o padre José de Anchieta seu missionário mais ilustre. Ele fundou alguns dos núcleos mais antigos do Estado, destacando-se as atuais cidades de Anchieta, Guarapari e Viana.

FOTO: Hélio Filho / Secom

(Os textos publicados são produzidos pela Rede de Comunicação do Governo do Espírito Santo)

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