12/01/2017 11h26 - Atualizado em 12/01/2017 11h21

Estado restabelece cenário de alerta e rodízio na Grande Vitória pode voltar

A ausência de chuvas nos últimos 20 dias vem causando a redução das vazões dos principais rios capixabas que novamente atingiram níveis críticos, principalmente nas regiões Norte e Noroeste, pondo em risco o abastecimento humano. A vazão do Rio Jucu, que abastece os municípios de Vila Velha e Viana, além da região que compreende a Ilha de Vitória e parte do município de Cariacica, tem caído de forma muito rápida nos últimos dias. Diante desse cenário, sem chuvas previstas, o rodízio no abastecimento de água para estes municípios pode retornar. O Comitê Hídrico do Governo, formado por várias secretarias e órgãos, monitora a situação e as tomadas de decisão.

A Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) vai publicar resolução reestabelecendo o Cenário de Alerta em todo o Estado, definindo regras específicas de uso de água e recomendando uma série de ações por parte da população, dos produtores rurais, dos serviços de abastecimento, das prefeituras, dos órgãos de licenciamento ambiental e das indústrias.

A captação de água para fins que não sejam o abastecimento humano está proibida em todo o Estado durante o dia, das 5 às 18 horas. A captação para irrigação ou produção industrial, por exemplo, somente poderá ser realizada no período noturno.

A Resolução 049/2017 também prevê uma série de recomendações aos diversos setores da sociedade. As indústrias devem adaptar seus métodos de produção de forma a promover a sustentabilidade de seus sistemas produtivos, inclusive, adotando medidas de reúso de água residual.

As prefeituras devem adaptar seus Códigos Municipais de Postura/Conduta, com o objetivo de proibir e penalizar o desperdício de água com lavagem de vidraças, fachadas, calçadas, pisos, muros e veículos com o uso de mangueiras; irrigação de gramados e jardins com água fornecida pelos órgãos e entidades responsáveis pelo abastecimento público; umectação de vias públicas e outras emissões de poeiras, exceto quando a fonte for o reuso de águas residuais.

“É preciso ter cautela e continuar com a adoção de práticas de uso racional da água no campo e na cidade. Todos os esforços empreendidos na mudança de comportamento da população durante a estiagem e que resultaram em uma importante economia de água devem ser resgatados”, salientou o diretor-presidente em exercício da Agerh, Antônio de Oliveira Junior.

Rodízio - A Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) já tem os planos de operação preparados caso o rodízio no abastecimento seja necessário. Nesse caso, a população será informada com pelo menos 48 horas de antecedência.

Os planos foram preparados de maneira que o rodízio seja isonômico de forma a democratizar o uso da água entre os setores residencial, comércio, serviços e industrial.

O sistema de atendimento ao cliente da Companhia também está preparado para atender à população pelo telefone 115 e pelo site www.cesan.com.br. O serviço funciona 24 horas e é gratuito.

No Rio Santa Maria da Vitória, a água represada na barragem de Rio Bonito, que está em 65%, serve para regular a vazão do rio e dá condições para captar o suficiente para o abastecimento. Portanto, no momento não há previsão de rodízio para os municípios - Serra, parte continental de Vitória, parte de Cariacica e Praia Grande, em Fundão - atendidos por este rio.

Nos municípios do interior, até o momento, os sistemas de abastecimento de água, nas cidades atendidas pela Cesan, permanecem operando normalmente, sob monitoramento contínuo, sem impactos para os clientes por causa de crise hídrica.

“A Cesan possui técnicos especializados e mantém monitoramento contínuo para o melhor aproveitamento do recurso hídrico disponível”, afirma Amadeu Wetler, diretor de Engenharia e Meio Ambiente da Cesan.

Histórico - O rodízio no abastecimento de água para a Grande Vitória foi implantado pela Cesan em 22 de setembro, após autorização da Agência de Regulação dos Serviços Públicos do Espírito Santo (Arsp) e da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), com o término em 17 de novembro, somando 55 dias. A operação do rodízio aliada à diminuição do consumo pela população, na Grande Vitória, permitiu uma economia dentro da expectativa. Nesse período, o resultado obtido foi uma redução de 15% no sistema que capta água do Rio Santa Maria da Vitória e 12% no Rio Jucu (o rodízio foi suspenso em 7/10). Ao todo 1,6 bilhão de litros de água foram economizados.

De toda a água distribuída pela Cesan, 83% é consumida pelo setor residencial, que conseguiu uma redução no consumo de 2,75% entre 2014, ano de início da crise hídrica, e 2016. O setor industrial, que representa 4% do consumo total de água distribuída pela Cesan, conseguiu uma redução de 33,62%. Por sua vez, o setor de comércio e serviços, que representa 9% do consumo total, reduziu em 2,69% o uso da água e o setor público, que representa 4% do consumo total, conseguiu uma redução de 19,15% no consumo de água entre 2014 e 2016.

Investimentos - No Rio Jucu, a Cesan já elabora o projeto básico para construção de uma represa que irá armazenar 21 bilhões de litros de água, que será capaz de garantir o abastecimento por quatro meses sem chuvas. Os estudos para esse projeto, que estavam programados para iniciar em 2020, foram antecipados para 2016. O investimento no projeto básico é de R$ 480 mil.

Outra medida de curto prazo é a construção do Sistema de Abastecimento de Água de Reis Magos, no município de Serra, que está com 80% das obras concluídas.

A Cesan e a Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) firmaram um convênio para a elaboração de seis novos projetos de barragens de médio porte. Com o convênio, a Cesan vai repassar R$ 1 milhão para que a Seag realize a licitação para elaborar os estudos e projetos básicos necessários para contratar as obras de construção das barragens. A prioridade dos empreendimentos é para o abastecimento humano, mas os reservatórios também podem ser utilizados para outros fins, como geração de energia, irrigação e contenção de enchentes.

Previsão para o Espírito Santo - Segundo a equipe do Sistema de Informações Meteorológicas do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), o ano de 2016 foi encerrado com chuva abaixo da média na metade Norte do Estado e chuva dentro do normal as demais regiões do Espírito Santo.

No que se refere às perspectivas, no mês de janeiro, em geral, os municípios da Região Sul e Serrana terão chuvas próximo ao normal. Nas demais regiões do Estado, haverá chuvas ligeiramente abaixo do normal. Em relação à temperatura, será acima do normal em todas as regiões.

As temperaturas ficarão acima da média em fevereiro e março e as chuvas tendem a ficar próximas do normal apenas no mês de março.

FOTO: Luiza Falqueto / Secom-ES

(Os textos publicados são produzidos pela Rede de Comunicação do Governo do Espírito Santo)

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